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Livro desescrito - máquina de moer linguagem, 2016/2018

Nanquim sobre papel vegetal

21 x 14,8 cm

Meu percurso começa com a publicação do meu primeiro livro, “Carne falsa”, escrito entre 2006 e 2013, entre meus 17 e 24 anos, em Concórdia, cidade onde nasci e onde nasceu também a indústria frigorífica no meio-oeste catarinense. A carne animal que ainda é cortada na linha de produção dessa cidade fez parte do meu processo de escrita, do meu encontro com uma linguagem de fragmentos. Pensava a escrita como espécie de corte de carne dos bichos. Escrevi “Carne falsa” guardando notas e bilhetes rápidos em meio ao trabalho formal e depois os retrabalhei para compor uma coleção de narrativas breves que abordam sexo, amor, morte e situações-limite. 

Depois de publicado pela Editora da Casa, em 2013, “Carne falsa”, para mim, passou de livro para objeto de experimentação durante meu mestrado em Processos Artísticos Contemporâneos pela Udesc. De 2016 a 2018, realizei uma série de escritas, desescritas, reescritas, apagamentos, reedições e ensaios a partir dele. 

Para o processo de “desescrita” copiei o livro inteiro à mão, da direita para a esquerda e de baixo para cima, com nanquim sobre papel vegetal, dando origem ao “Livro desescrito: máquina de moer linguagem”.

Essa segunda edição de Carne falsa reedita o primeiro num processo de “desescrita”, em papel vegetal, decompondo-o enquanto inscreve sua impressão manuscrita no papel, a caligrafia invertida que performa na cópia ipsis litteris do livro, da direita para a esquerda, de baixo para cima, subvertendo a convenção ocidental da escrita.

Sequência de espaço-tempo desenhada pela mão que pensa, o livro desescrito insurge do abandono, insurreição de recomeços.


Livro desescrito: máquina de moer linguagem, 2016/2018
instalação com 110 páginas

Nanquim sobre papel vegetal

21 x 14,8 cm
 

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